Autofraude pós-Black Friday: o risco invisível que continua corroendo a margem do varejo. – SHARP55
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Autofraude pós-Black Friday: o risco invisível que continua corroendo a margem do varejo.

6 min. de leitura

Autor

Gabriel da Silva Jacques

CEO/CHRO da Ibratan

Autofraude pós-Black Friday: o risco invisível que continua corroendo a margem do varejo.

A Black Friday já passou, mas o impacto dela na inadimplência e na fraude continua aparecendo nas linhas de resultado.

Em 2025, o alerta não ficou só nos golpes contra o consumidor. A discussão sobre autofraude ganhou força: golpes cometidos por clientes reais, usando seus próprios dados, aproveitando brechas de processos e políticas comerciais.

Segundo dados da Serasa Experian, o Brasil registrou quase 3,5 milhões de tentativas de fraude no primeiro trimestre de 2025, alta de 22,9% em relação ao mesmo período de 2024. Com a previsão de R$ 13,34 bilhões em vendas na Black Friday 2025, a combinação é clara: quanto mais transações, maior a exposição a comportamentos oportunistas.

Para quem concede crédito ou vende a prazo, a pergunta agora não é “como foi a Black Friday”, mas “o que ela revelou sobre a qualidade da análise de risco da operação”.

O que é autofraude na prática

Autofraude não é invasão de conta, vazamento de dado ou uso de documento de terceiros.
É o cliente legítimo usando sua identidade para distorcer a relação de consumo.

Alguns padrões típicos de autofraude no varejo:

  • Compras já planejadas sem intenção de pagamento
  • Manipulação de renda ou informações cadastrais para liberar crédito
  • Abuso de políticas de estorno e reembolso
  • Uso excessivo e oportunista de cashback e programas de pontos
  • Exploração sistemática de cupons, vouchers e promoções sucessivas

Isolados, esses comportamentos podem parecer “pequenos desvios”.
Em escala, eles drenam margem, distorcem indicadores de aquisição e empurram o varejo a endurecer políticas até para o bom cliente.

Por que o modelo tradicional não enxerga esse risco

O problema é que a maior parte dos modelos ainda foi desenhada para outro tipo de ameaça.

  • Antifraude focado em roubo de identidade e dispositivos suspeitos
  • Crédito olhando capacidade de pagamento, não disposição de pagar
  • Esteiras parametrizadas em score cadastral e histórico de crédito “limpo”
  • Políticas comerciais definidas sem leitura de reincidência comportamental

O resultado é um ponto cego clássico: o cliente passa pelos filtros de crédito e antifraude, mas o histórico de conduta dele com empresas, cobranças e disputas jurídicas não entra na equação.

Na Black Friday, quando o volume dispara e a pressão por aprovação aumenta, esse ponto cego vira uma porta aberta.

Black Friday como stress test da esteira de risco

Picos de demanda funcionam como teste de estresse dos modelos de risco.

Quando a operação enfrenta:

  • Análises mais rápidas que o normal
  • Times focados em liberar limite para aproveitar o momento
  • Campanhas agressivas de desconto, cashback e frete
  • Decisões cada vez mais automatizadas

O comportamento oportunista encontra espaço para atuar.

Se, passado o pico, você percebe:

  • Aumento atípico de estornos e chargebacks
  • Crescimento de clientes que atrasam já na primeira parcela
  • Uso concentrado de cupons, cashback e benefícios em grupos específicos
  • Elevação na taxa de contestação de compras e reclamações

isso é um sinal de que a esteira não está lendo conduta com profundidade suficiente.

Autofraude é risco de conduta, não só de crédito

Autofraude é, antes de tudo, um problema de conduta.

Não basta saber se o cliente “pode pagar”.
É preciso entender se ele “costuma pagar” e como ele reage quando algo não sai como gostaria.

Uma abordagem de conduta robusta considera, entre outros pontos:

  • Histórico jurídico do CPF ou CNPJ em ações de cobrança, disputa contratual e consumo
  • Padrão de relacionamento com empresas diferentes ao longo do tempo
  • Reações a cobrança: negocia, ignora ou judicializa sistematicamente
  • Vínculos com outros negócios e pessoas com comportamento de risco
  • Recorrência de comportamentos oportunistas em políticas de devolução e benefícios

Quando esses sinais entram na análise, a operação deixa de tratar autofraude como “azar estatístico” e passa a enxergá-la como padrão identificável.

Checklist prático para rever sua estratégia pós-Black Friday

Para times de crédito, risco e fraude, o momento pós-Black Friday é ideal para ajustar o modelo, não só a régua de aprovação.

Alguns movimentos imediatos:

  • Mapear grupos de clientes com alta concentração de estornos e atrasos logo após a compra
  • Revisar políticas de cashback, cupons e benefícios sob a ótica de conduta, não só de marketing
  • Integrar dados jurídicos e de cobrança à jornada de crédito e antifraude
  • Monitorar indicadores de reincidência comportamental, não apenas volume de fraude bloqueada
  • Ajustar esteiras automatizadas para considerar risco de conduta antes de liberar limites em campanhas agressivas

O objetivo não é “endurecer para todos”, e sim diferenciar melhor o bom cliente daquele que sistematicamente explora brechas.

Como o SHARP55 ajuda a expor riscos de autofraude

O SHARP55 faz parte da primeira e única DataTech especializada em conduta do Brasil.
Ele foi criado justamente para trazer o risco de conduta para o centro da decisão de crédito, fraude e prevenção à lavagem de dinheiro.

Na prática, o SHARP55:

  • Combina dados jurídicos, históricos de cobrança e relacionamentos empresariais para formar uma visão de conduta
  • Identifica padrões de reincidência em disputas, inadimplência e comportamentos oportunistas
  • Gera insights preditivos para complementar score de crédito, motores de decisão e antifraude
  • Ajuda a calibrar políticas para segmentos e perfis de cliente, sem penalizar quem se comporta bem

No contexto de autofraude, isso significa:

  • Menos prejuízo com perfis com histórico de abuso de crédito e conflitos recorrentes
  • Políticas mais inteligentes para cashback, benefícios e promoções
  • Menos perda em períodos de pico, mantendo competitividade comercial

Como o SHARP55 pode solucionar essa dor

Se a sua operação:

  • Viu estornos e inadimplência subirem depois da Black Friday
  • Desconfia de comportamentos oportunistas, mas não consegue provar
  • Está pressionada a aprovar mais sem perder controle do risco

O SHARP55 ajuda a transformar suspeita em evidência.

Ao integrar a leitura de conduta às esteiras existentes, você:

  • Reduz o espaço para autofraude, mesmo quando o volume explode
  • Ganha critério para diferenciar o cliente de alto valor do cliente de alto risco comportamental
  • Preserva margem e competitividade, sem depender apenas de negar crédito ou cortar benefícios

Decidir olhando só para cadastro e score é aceitar que parte da perda é “custo do jogo”.
Decidir com conduta é reduzir essa perda e acessar riscos que o mercado ainda não enxerga com clareza.

Decida com base em evidência, não em suposição.

Quer entender como o SHARP55 pode fortalecer a sua estratégia de crédito, fraude e prevenção à lavagem de dinheiro nos próximos picos de demanda? Fale com nossos especialistas e veja, na prática, como a análise de conduta pode proteger o seu portfólio sem travar o crescimento.

Gabriel da Silva Jacques

CEO/CHRO da Ibratan

Auxilio empresas a tomarem decisões de risco há 14 anos e contribuo na construção de relacionamentos e produtos para potencializar os resultados dos seus clientes. 

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